sábado, 21 de janeiro de 2012

Filhos dos Elfos

Sabem aquele lá, Acima das águas de Cuivienen?
Quando eu comecei a escrever ele, eu ia dar uma conotação negativa. Sobre como era perigoso ser um elfo em Cuivienen, porque ele poderia ser a qualquer momento capturado por Melkor e aí, bem, não seria legal.
Mas... Eu estava deprimido (porque tinha brigado com a namorada, essas coisas de adolescente emo) e aí quis escrever algo mais bonito. E aí mudei o enfoque.
Pois bem, alguns anos depois, eu resolvi reescrever ele... com o enfoque inicial. E aí surgiu isso aqui. É um dos meus favoritos; e um dos primeiro que eu nunca consegui lembrar inteiro. Antes eu conseguia lembrar decor todos os meus poemas; agora, só alguns dos mais antigos ou mais importantes...
Digressões à parte... Have very many fun! :D


Filhos dos elfos
Setembro 2006

Andando sozinho na escuridão,
Debaixo do manto da Noite Eterna -
Estrelas no alto, e pedras no chão
Em volta das águas de Cuiviénen

Um elfo sozinho; ali - emboscada,
As forças de Melkor espreitam o ar...
E corre, e luta - mas, finda a caçada,
Não mais os amigos seus olhos verão...

Em negras cavernas e sujas masmorras,
Sem ver as estrelas, a lua, o céu,
Sem vida que não a dos musgos - e choros,
Não mais a risada dos tempos além...

E tempos infindos - de medo e ódio,
De gritos e uivos, tristeza e dor...
E éis que saíram das trevas os Orcs...
Temidos, tementes - o grande terror...

...

Sem paz ou sossego, em lutas constantes -
Lutar pela vida sabendo morrer.
Sem pais carinhosos ou lares distantes,
Com mestres cruéis e caminhos sem fim...

Saindo das trevas, teriam lembrado
O que n'outros tempos chamavam de "céu"?
O vento de Manwë, as luzes de Varda,
As águas calmas, as folhas, o bréu...?

Ou foi esquecida a vida distante,
E tudo perdeu-se no fúnebre ar?
E pais nem ao menos aos filhos deixaram
Canções que pudessem às vezes cantar?...

Saindo das trevas - sozinhos, com medo,
Sem líder se não o instinto - viver! -
Olharam os elfos, distantes parentes -
E morte seguiu seu caminho cruel...

Escravos em Angband, caçados por todos -
Que outro destino podiam seguir,
Se não começar a servir o Escuro,
De quem todo seu sofrimento surgiu?...

...

Debaixo das solas dos seus sapatos
Inúmeras léguas a percorrer.
E sob as lâminas das suas espadas
O único jeito de sobreviver...

E sim, são cruéis, talvez mais que os elfos
Ou mais que humanos, anões, o que for.
E sim, levam morte a terras alheias,
E tomam a si o q podem... mas não,

Não julguem aqueles que tanto sofreram
E que não têm culpa da vida cruel...
Pois não foram eles os que escolheram
O corpo e'a alma que Morgoth lhes deu.

...

Milênios passaram-se; muito sofreram
Os Eldar, os Avari, do Grande Mal
E para as águas de Cuiviénen
Não mais é possível um dia voltar.

Mas, seja em Angband, Mordor ou Hithaeglir -
Enfim, onde, um dia, um Urukh andar
Jamais poderão esquecer os tormentos
Dos seus pais distantes, ao despertar.

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