segunda-feira, 14 de março de 2011

Acima da Águas de Cuiviénen

Este é o primeiro de uma série de poemas tolkienianos... E provavelmente o mais bonito. Curiosamente, o escrevi depois da minha primeira briga séria de namoro; eu estava no primeiro colegial na época, e tinha relido o Silmarillion fazia pouco tempo. Para quem não sabe ou não lembra, Cuiviénen é o lago onde os elfos acordaram pela primeira vez, e para o qual não é mais possível voltar, pois a geografia de Arda foi alterada.


Acima de Águas de Cuiviénen - 8 de outubro de 2003



Andando sozinho na escuridão,
Debaixo do manto da noite eterna;
Estrelas no alto, e pedras no chão
Em volta das águas de Cuiviénen.

O nome de Varda ali não conhecem;
“Gilthoniel, Elbereth!” não se ouve por lá.
Pois nunca A Que Acendeu As Estrelas
Em Cuiviénen pousou o olhar.

Adoram-na, mesmo sem ter conhecido
O seu nome, o seu lugar;
Pois ao despertar e olhar para cima
Viram estrelas brilhando no ar…

Brilhando tão longe… Um brilho intenso…
Por entre’as folhagens, a luz quer passar…
É como se tudo’estivesse imerso
Na luz, mesmo fraca, um tanto astral…

Em Cuiviénen, nas águas calmas,
Os fogos de Varda de novo estão;
E tanto nas águas quanto no alto
Estão muito longe p’ra os alcançar…

“O que será isso?”- os Quendi pensaram;
Respostas não tinham a essa quastão.
“Olhai!”- foi o que eles então exclamaram,
E’o que eles viram não esquercerão…

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Milênios passaram-se; muito sofreram
Os Eldar, os Avari, do Grande Mal;
E para as águas de Cuiviénen
Não mais é possível, um dia, voltar…

Mas – seja em Aman, Nargothrond, Valfenda –
Enfim, onde’um dia um Quendi passar,-
Jamais poderão esquecer as estrelas
De Cuiviénen, ao despertar…

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